sábado, 3 de julho de 2010

"BOLA DE MEIA, BOLA DE GUDE"

As coisas da minha infância me inspiram bastante até hoje. Relembrar dos tempos de menino besta na cidade de Tanquinho me subsidiam na tarefa de pintar os elementos que são latentes na minha personalidade, ora formada pela boa educação que tive e pelos bons amigos que fiz, muitos dos quais até hoje habitam o meu convívio.
A canção do Milton Nascimento, a qual dá título à pintura abaixo, faz-me relembrar da lata de gudes que tive, pois eu era um bom jogador dessa modalidade esportiva sujadora de pés e mãos, estragadora de unhas e jardins dos vizinhos, mas, era uma modalidade de interação social (risos); embora altamente concorrencial, fazia nos meninos e meninas o desenvolver duma boa pontaria e o traquejo para com as "coisas" da rua.

"BOLA DE MEIA, BOLA DE GUDE"
TÉCNICA: ACRÍLICO SOBRE TELA
(50x50)cm, 2007

Há um menino
Há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança
Ele vem pra me dar a mão

Há um passado no meu presente
Um sol bem quente lá no meu quintal
Toda vez que a bruxa me assombra
O menino me dá a mão

E me fala de coisas bonitas
Que eu acredito
Que não deixarão de existir
Amizade, palavra, respeito
Caráter, bondade alegria e amor
Pois não posso
Não devo
Não quero
Viver como toda essa gente
Insiste em viver
E não posso aceitar sossegado
Qualquer sacanagem ser coisa normal

Bola de meia, bola de gude
O solidário não quer solidão
Toda vez que a tristeza me alcança
O menino me dá a mão
Há um menino
Há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto fraqueja
Ele vem pra me dar a mão

Milton Nascimento

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